Endividamento das famílias brasileiras voltou a crescer e é o maior nos últimos três anos

Por Maria Augusta, para o SAAE-SP

Segundo dados do Banco Central recentemente divulgados, após um longo processo de redução de débitos pós-recessão econômica, voltou a crescer o endividamento das famílias e alcançou agora o maior nível em três anos. Haja vista que a taxa de endividamento em relação à renda acumulada em 12 meses, em maio desse ano, subiu 44,04%; enquanto em maio de 2018 era de 41,9%.

Também foi divulgado pela imprensa recentemente que pesquisa realizada pela CNC? Confederação Nacional do Comércio registrou o aumento no número de famílias que se declaram endividadas, a saber: 64,1% em julho desse ano enquanto na mesma época em 2018 esse índice era 59,6%.

Contudo, apesar de o brasileiro estar mais endividado tem conseguido pagar seus débitos, algumas vezes dependendo de empréstimo. Segundo o Banco Central, a parcela da renda usada para o pagamento de dívidas (amortização e juros), incluindo financiamento imobiliário, tem sido em torno de 20% há quase dois anos. A inadimplência da pessoa física tem oscilado entre 4,7% e 4,8%, sendo que em boa parte de 2018 esteve acima de 5%. E, segundo a pesquisa da CNC, o comprometimento declarado pelas famílias tem oscilado entre 29,5% e 29,9%.

Na avaliação de economistas a situação, porém, é precária pois o aumento tímido de emprego tem sido puxado por criação de vagas informais e mal remuneradas. Destacam que o aumento da inflação dos alimentos no primeiro trimestre desse ano piorou a situação financeira das famílias de menor renda e pode ter contribuído para o aumento das dívidas. Soma-se a isso a fraca retomada do mercado de trabalho. Há muitos trabalhadores sem carteira assinada, por conta própria e sem CNPJ. O endividamento tende a ser alarmante se o mercado de trabalho piorar mais; e a inadimplência poderá aumentar, se for preciso comprometer uma parcela maior da renda para pagar dívidas.

Há os que afirmam que é a alta de juros para o consumidor que está por trás do crescimento contínuo do endividamento; e citam que em dezembro passado os juros eram próximos de 48% e atualmente estão perto de 53%. Assim, pegar dinheiro emprestado ficou mais caro e, como boa parte dos brasileiros destina grande parcela da renda aos gastos essenciais e precisam de empréstimos para cobrir os gastos, o orçamento das famílias fica sufocado.

 

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