Por Júlia Lewgoy, Valor Investe
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na última terça-feira (14) que o novo salário mínimo de 2020 será de R$ 1.045.
O valor fixado no fim de 2019, que era de R$ 1.039, sofreu um novo reajuste, que levou em consideração a projeção mais recente para a inflação.
O Índice Nacional de Preços ao Mercado (INPC) fechou o ano em 4,48%, após a alta do preço da carne.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 60% dos trabalhadores brasileiros, correspondente a 54 milhões de pessoas empregadas com carteira assinada ou na informalidade, tinham renda média mensal abaixo do piso nacional em 2018, último dado disponível.
O valor é referência para uma série de benefícios pagos pelo governo, como aposentadorias e abono salarial, mas está longe do ideal para suprir as reais necessidades do trabalhador.
Com o novo salário mínimo, dá para comprar somente duas cestas básicas por mês, que juntas custam R$ 1.013.
Salário deveria ser quatro vezes maior
No mês passado, quando o salário mínimo era de R$ 998, o piso nacional para atender as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas deveria ter sido quatro vezes maior, de R$ 4.342,57, segundo estimativa do Dieese.
O departamento ainda não divulgou sua estimativa em relação ao novo salário mínimo de 2020, mas já dá para se ter uma ideia do tamanho da defasagem.
O Dieese considera que são necessidades básicas do trabalhador moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social, como estabelecido na Constituição.